QUE FALTA NOS FAZ UM PINHEIRO
MACHADO!
FlávioMPinto
Submersos nestes tempos bicudos
de agora, com a corrupção se alastrando com maior rapidez pela classe política,
nos faz querermos voltar no tempo. Sim, voltar no tempo para , quem sabe,
ressuscitar homens e valores perdidos pela desídia humana.
Ressuscitar políticos combativos,
porém de honestidade a toda prova sem
deixar de conhecer profundamente a situação vigente e posicionar-se adequada e
coerentemente.
Um dos políticos gaúchos que
faria o maior estrago nesta época de políticos incoerentes e corruptos seria Pinheiro Machado.
João Gomes Pinheiro Machado,
gaúcho de Cruz Alta, foi fruto do seu tempo. Nascido em 1851 e assassinado em
1915, no Rio de Janeiro. Ocupou as tribunas parlamentares nos anos de 1890 até sua morte. Política e oratória eram seu chão num tempo
em que nem microfone havia.
Fora senador com menos de 40 anos.
Seus argumentos saiam a viva voz de onde
estivesse. Retórica demolidora, chegou a ter sua extinção proposta por outro senador
numa lamentável entrevista, argumentando que “não o agüentava mais, de tão enfáticas
eram suas proposições”.
“Art. 1º- Seja extinto o senador
Pinheiro Machado.
“Art. 2º - Revogam-se todas as
disposições em contrário”. Obviamente a moção foi rejeitada.
Pinheiro Machado era a eminência
parda do último governo da República Velha do governo Hermes da Fonseca. Um
político brilhante e literalmente sem “rabo preso”, não dando qualquer espaço
para ser atacado. Jamais pleiteara nem, é claro, ocupara, cargo público.
De qualquer lado que viesse ser
atacado tinha sempre as respostas afiadas, coerentes, oriundas de sua vida
pública sem máculas. Todos sabiam qual era o seu “lado de montar”, como bem se
diz no linguajar gaúcho, era um lado bem definido em defesa da república, da
democracia, da honestidade e dos bons costumes tendo a doutrina positivista como farol da vida.
O civismo e a coragem eram os
maiores destaques nas suas proposições, um brasileiro de escol que não se
intimidava quando provocado.