O ENCONTRO DA JUSTIÇA COM A
POLÍTICA.
FlávioMPinto
Diz um ditado antigo que-“
...quando a Justiça encontra a política , ela perde!”.
Um ditado muito duro contra a
integridade dos juízes, mas era o que acontecia no Brasil até a Operação Lava-Jato
colocar na cadeia um senador e um financista importante. Ambos, notadamente o
político, claro, até por posicionamento na cadeia de comando governista, tinham livre acesso aos porões das decisões
que levaram o Brasil á porta do esgoto nestes últimos tempos.
Em decisão surpreendente, o
Supremo Tribunal, através de um juiz reconhecidamente ligado ao partido que
domina o poder atual, decidiu manter no xadrez os dois (o político e o
financista) . Foi uma surpresa para o país tomar conhecimento daquela decisão.
Tome-se como motivação do juiz, acredito,
além dos malfeitos, o modo como os envolvidos se referiram a alguns juízes do
STF, nitidamente ferindo seus brios. Ao ofenderem os magistrados, os meliantes
colocaram para fora, ao vivo e a cores, todo seu desprezo para com a sociedade
jurídica de maior envergadura do país. E aí, a nossa Justiça maior perdeu o
medo da política e atuou como deveria, ou o povo desejaria que atuasse. Já
contam com a eterna má vontade daquela Corte para o quer que desejem. Parece
que até os juízes ditos bolivarianos, ou simpatizantes da atual política
governista, se encolheram.
Já era hora da Justiça maior se
portar como uma verdadeira Justiça: atenta, competente e isenta. É uma guinada
de rumos na situação político-jurídica nacional. Os políticos não estão mais
acobertados pelo manto de sua classe. Irão pagar pelo que cometeram, é o que
esperamos sem protecionismo corporativista.
Já tivemos o caso da CPI mais
ruidosa do Congresso, a da Petrobrás, através de decisão de sua relatora, uma
deputada do Amazonas, deixar de fora dos malfeitos, toda a classe política envolvida. Foi uma CPI
de faz de conta.
Mas parece que aquelas decisões
dos juízes do STF foi uma cortina de fumaça para esconder que desejavam: o
processo do Impeachment, agora envolvendo a presidente bolivariana.
Dificultaram tanto o processo que a decisão competente da Câmara dos Deputados
se tornou inócua passando-a para o Senado, que não era parte no processo legal de
impedimento.
Agora, passou a vigorar, não a
lógica da descoberta do malfeito e a sua conseqüente sanção, retornando-se ao
ditado do encontro da Justiça com a Política..