sábado, 26 de junho de 2010

O VINHO E OS CINCO SENTIDOS

FlavioMPinto

“Le vin, il nãil, puis vil,
Mais point ne meurl
En l’homme il survit.
Baron Philippe de Rothschild-1902-1988


O vinho é uma das mais antigas e místicas bebidas da Humanidade.
Consumido com prazer e honra, ora de Dionísio ou Baco, constitue-se um belo exercício para os cinco sentidos e é um ritual bebê-lo, ou melhor, degustá-lo. Mas também, e melhor dizendo, desfrutá-lo.
Podemos afirmar que o vinho não é uma bebida comum, considerando sua história.
Tradição e sofisticação são traços marcantes e inseparáveis da cultura vitivinícola.
Ele aguça os cinco sentidos do homem. E mais um acrescento: a sensibilidade.

VISÃO
É o primeiro dos sentidos a tomar contato com o vinho. Já desde a compra, onde inspecionamos o rótulo, que deve trazer boas informações sobre nome da vinícola e localização do vinhedo, tipos de uvas constantes, safra, ano, teor alcoólico.
Observando a melhor cor rubi dos tintos, a branco palha dos brancos, o rosado dos rosées, o amarelado efervescente dos champanhes e espumantes, todos límpidos, nos dão uma idéia do que nos espera. Tudo dentro de uma cristalina taça para melhor visualizar o conteúdo.
O visual tem de ser de um produto límpido, bonito. Girando o líquido no copo, que deve ser preenchido até seu terço, no máximo, visualizar como este desliza na taça, deixando o que se chama de “lágrimas” na parte interna, que devem escorrer modorramente.

OLFATO
O ato de desarrolhar a garrafa e derramar o vinho na taça já começa a liberar os aromas que fazem sua personalidade. É o bouquet. Aroma inicial do líquido precioso. Um expert identifica inúmeros aromas que diferem de um vinho do outro assim como sua constituição, tipos de uvas. O nariz constitue-se um importante instrumento para fazermos sua primeira identificação, portanto. Frutas silvestres, vermelhas, maduras, secas, couro, madeira, flores e defumados são alguns dos aromas que se apresentam.

TATO
O vinho tem de ser bebido na temperatura ideal. É um erro dizer que essa temperatura deve ser a ambiente, a não ser os fortificados. Deve-se dizer quantos graus. Certa feita, Porto Alegre-dezembro a 35 ºC, foi-me servido um tinto quente sob alegação que assim deveria ser servido. Aleguei ao garçom que “temperatura ambiente era na Europa”, não aqui. Todos devem ser refrescados, uns mais outros menos. Os brancos e frisantes (champanhes e espumantes aí) mais e os tintos menos. Tudo já deve ser sentido na taça. Nada que um bom balde de gelo não resolva sem tirar do liquido suas principais qualidades. Não o tome muito frio nem muito quente.

PALADAR
Depois do olfato, é o sentido mais importante na degustação. É quando o vinho vai á boca para ser degustado. Ponto. Daí surgem os dados gustativos para o paladar: menta, chocolate, novamente flores e frutas de todos os tipos, resultando nos tipos de vinhos frutados, doces, madeirados. É a verdadeira personalidade do vinho

AUDIÇÃO
É o tilintar das taças nos champanhes, espumantes, particularmente, em qualquer comemoração que se preze. Sublime ato de iniciar-se um prazer inesquecível com uma bebida que é sinônimo de celebração.

SENSIBILIDADE
É a primeira sensação que temos junto com a visão sobre o rótulo e a garrafa. É uma primeira e definitiva avaliação antes da compra, pois a partir daí, já em nossa posse, é beber e beber.


“Ouço dizer que os amantes do vinho vão para o inferno. Se os que amam essa bebida vão para o inferno, o paraíso deve estar vazio.” Omar Khayyan

terça-feira, 22 de junho de 2010

Dbcksabdkaj de Doblenalda

FlavioMPinto

Doblenalda andava indignada: fora admoestada pelo chefe da repartição por usar a Internet em horário de expediente.
Não admitia isso. Sempre fora dedicada ao trabalho, ao partido, jamais furou greve, muito pelo contrário, as incentivava, mesmo no serviço. Não havia como duvidar de sua dedicação , lealdade e desempenho na defesa das causas partidárias, colocadas acima de tudo. O partido e o serviço eram sua vida. Nessa ordem.
Não admitia, portanto, pois usava a Internet para comunicar-se com outras camaradas, como bem afirmou quando inquirida. O chefe não quis entender e a advertiu por peculato culposo. - Ora essa, eu acusada de peculato? Onde já se viu? Nem que a vaca tussa, mas ideologicamente acato. Foi o que postou na última e derradeira entrada no MSN ao seu grupo , já de uma lan house perto de sua casa. Não merecia a admoestação.
Ideologia estava acima de tudo para Doble, como era conhecida. O seu passatempo é criticar quem critica o governo do seu partido. Não lhes dá tréguas. Independente do que escrevem, os rotula de capitalistas, mentirosos, reacionários, fascistas neoliberais, demagogos, burgueses, golpistas, capitalistas. São seus argumentos favoritos, para não dizer os únicos. Na realidade não tem outros. Não interessa o assunto e os rotula sem piedade.
Acabando o expediente, foi para casa onde seu grande amor, Tarso Lênin, seu companheiro 25 anos mais velho que ela, um carcamano comunista dos quatro costados e seu guru, a esperava.
- Querida, hoje vamos tomar um bom trago.
- Mas, Carlos Lênin, ainda é cedo!
- Não, minha cara. Descobri que a governadora vai pagar, mais uma vez, o 13º em dia e já gastei por conta: comprei 10 garrafas de rum socialista no Mercado.
- Mas sou funcionária federal, Carlos Lênin!
- Não importa, vamos lá comemorar, pois no próximo governo não sei se vamos ter essa baba.
Carlos Lênin vivia com Doble desde a década passada. Não trabalhava e vivia da ideologia marxista. Era ideólogo de vários grupos. Consolava a parceira na sua balzaquianice e só não se conformava de ela não o apresentar a seus amigos nem o levava nas reuniões sociais. Faz parte da esquerda escocesa e sempre fora considerado o vagabundo da turma: o mais atrasado nos estudos, porém contestador.
Entre doses de rum devaniavam, mas Doble é uma mal amada enrustida; quer o que Carlos não pode lhe dar. Desconta no prazer em servir o partido.
Essa é a vida da Doblenalda.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O TROGLODITA

FlavioMPinto

Troglodita é uma palavra que designa um homem, uma colectividade ou animal que habita uma caverna ou uma habitação cavada numa rocha ou que se apoia sobre falhas ou grutas naturais nas falésias.( Wikipedia). Membro de comunidade pré-histórica que habitava em cavernas(Dicionário Aurélio) Metafórica e popularmente também designa uma pessoa de atos grosseiros, bruscos, violentos.
Pois assim se referiu um professor a um general do Exército. Este, se pronunciara em entrevista sobre fatos ocorridos em 64 e a polêmica comissão da verdade a ser criada pelo governo federal. Manifestou-se o professor, numa linguagem claramente afinada com um partido político esquerdista, passando a firme idéia do regime totalitário que apóia.
A minha pergunta é simples- quem é o troglodita: aquele que relembra fatos de 64, ou seja, a 40 anos atrás, ou aquele que se pronuncia de acordo com ambiente de 1917, melhor dizendo, de quase 100 anos atrás?
Aquele que apóia ações que salvaram o país de uma revolução interna sangrenta ou aquele que apóia o que existe de mais retrógrado na face da Terra, incluída aí a luta armada?
É aquele que democraticamente expõe seus pontos de vista ou aquele que agride os que expuseram idéias contrárias as suas?
Aquele que se expõe falando abertamente sobre um regime de exceção que teve problemas, ou aquele que esconde num manto de silêncio os crimes do regime que apóia e mais matou até hoje na Humanidade?
Aquele que já fez sua mea culpa ou aquele, que se considera sem qualquer culpa dizendo que cometeria todos os atos insanos passados novamente?

Aquele que se preocupa com o país ou aquele que continua a debochar dele rindo de quem o brecou nos seus atos criminosos e ainda assaltando o cofre do Tesouro Nacional?

Aquele que faz parte de um grupo que, quando no poder, teve a capacidade de conceder anistia até para seus desafetos, ou aquele que até hoje não se culpa pelos crimes cometidos por si e seus asseclas nem dispensa um mínimo de compaixão por suas vítimas?

São comparações inglórias que o professor não aceitaria.
De um lado quem altivo perdoou e, do outro, reações típicas de sóciopatas cruéis. Verdadeiros trogloditas.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

EXISTE ALMOÇO GRÁTIS?

EXISTE ALMOÇO GRÁTIS?
FlavioMPinto

O Brasil está anestesiado pela síndrome do almoço grátis. Bolsas disso, bolsas daquilo, aposentadorias sem contribuição nenhuma ao Tesouro, tudo sem qualquer contrapartida, cotas para isso, para aquilo.
A dívida interna já bate na casa dos dois trilhões e a externa, que não foi paga como apregoam, continua firme.
Um dia a casa irá cair.
O Estado com seu poder extroverso imputando gastos e mais gastos , principalmente agregando gastos fixos, sem nada contribuir para o enxugamento da máquina administrativa. Empreguismo partidário, salários do funcionalismo público em comparação com os demais, gastos estratosféricos da presidência da república, gastos com ONGs que enfraquecem o poder público, como as que patrocinam o MST e organizações sindicais agregadas ao aparato ideológico partidário governamental, arroubos de megalomania diplomática suspendendo dívidas de inúmeros países e financiando obras extra-nacionais em detrimento de obras vitais no país, dentre outros.
O caso dos papéis imobiliários norte-americanos e as recentes crises dos PIIGS europeus com destaque para a Grécia, não parecem sensibilizar o atual governo que deixará um verdadeiro abacaxi para o próximo. Se o atual partido vencer, continuarão, sem dúvidas, a empurrar a bolha até que ela estoure no rosto de quem lhes contradizer.
Como sempre, dirão que a culpa será do sistema capitalista, mas ninguém fala que é do sistema socialista mambembe que as falhas vazaram água. Adam Smith estava certo, quem errou foi Marx.
Medidas socializantes foram inseridas nos modelos capitalistas e o que vemos é que os países que as adotaram estão naufragando, pois os governos já não conseguem a sustentação do bem estar social exigido.
Quem pagará a conta da “justiça social?”

Aliás, uma pergunta que não cala: há algum país socialista desenvolvido e/ou progrediu com seu sistema econômico, social, político baseado nas teorias marxistas?

O Estado com seu poder extroverso capaz de gerar dívidas e superávits como num passe da mágica manipulando dados?

No caso brasileiro, como temos uma federação “unitária”, que incongruência, todo país sofrerá com o golpe desfechado pela imprevidência governamental que não soube aproveitar a boa maré econômica mundial.
A recente crise grega é exemplar e educativa, a medida que considere-se que a esquerda grega quase “detonou” o país com suas medidas esquerdizantes. A Irlanda não fez escola.

Não existe almoço grátis é o que podemos extrair dessa crise e que fique bem claro aos gastadores brasileiros.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O BRASIL JÁ ESCOLHEU SEU LADO. ESCOLHA O SEU!

O BRASIL JÁ ESCOLHEU SEU LADO. ESCOLHA O SEU!
FlavioMPinto

Não adianta usar o sagrado direito do jus esperneandi em relação as atitudes do governo atual que nada irá demovê-los. Os mandatários são surdos, cegos e mudos nas perguntas e respostas que a nação tem direito. Afinal, estamos numa democracia representativa e temos o direito de cobrar das autoridades suas atitudes que envolvem o nome e soberania nacionais, ou não?
Pois bem, não é de hoje o apoio ostensivo a países notórios violadores dos direitos humanos, além de se constituírem ditaduras totalitárias incontestes. É uma redundância, mas o Brasil as prestigia nos seus atos.
Uma obstinação ideológica desmedida cerca cada ato, cada ação fortalecedora da amizade internacionalista em contraste com as atitudes internas na mesma área. No entanto em ambas um fato comum: a proteção ao sistema de ação marxista, o modus operandi com a indefectível contestação ao poder dos países desenvolvidos.
É a luta rediviva do rato invejoso e incompetente contra o imponente leão.
E aí se coloca o Brasil, na contramão de todo pensamento desenvolvimentista mundial, ao lado das mais opressoras e totalitárias forças.
Ingenuidade, estupidez estratégica, burrice diplomática, megalomania mambembe, complacência e compadrio ideológico, objetivos escusos?
Em suma, o que está por detrás dessas atitudes do atual governo?
Até que a resposta saia das sombras, teremos de esperar que o povo não lhes dê novamente uma carta branca para decidir seus destinos.
Depois, não há o que reclamar sobre o leite derramado!
O poder absoluto buscado com o controle total da população e de todos os meios de produção e expressão é buscado com afinco e persistência. Não arredam o pé nem quando a sociedade se manifesta contrariamente a seus objetivos. A afrontam acintosamente com um regime totalitário ás portas dos brasileiros. O PNDH/3 que o diga atacando frontalmente a democracia representativa..
Enquanto isso o Brasil vai virando piada nos meios jornalísticos e diplomáticos.

O Brasil não escolheu o seu lado: o povo, com seu voto, deu totais poderes para o atual governo, leia-se Executivo e Legislativo, a despeito da independência entre os Poderes e com a complacência do Judiciário, fazer gato-e-sapato das leis nacionais, cumprindo e as descumprindo a seu bel prazer. O chefe do Executivo dá o tom delinqüindo a cada esquina e debochando ostensivamente das leis.
A massa de manobra não sabe o que faz e corrompida jamais se dará conta para onde levará o país. Será preciso uma verdadeira catástrofe para que seja atingida a carne da população e essa sinta onde foi o fruto de sua escolha.
Encaminha-se a passos largos o controle da expressão, o controle da pesquisa, o controle da imprensa, o controle do pensamento, enfim o cerceamento da liberdade.
Quando acordarem será tarde, posto que o Brasil é seu povo. Será um salve-se quem puder.
Nem adiantará espernear, pois até isso cercearão.