sexta-feira, 30 de junho de 2017

A FORÇA DE COERÇÃO NA GUERRA HIBRIDA URBANA

A FORÇA DE COERÇÃO NA GUERRA HIBRIDA URBANA
FlávioMPinto
Lutar contra um inimigo hostil, que se apresenta no campo de batalha só no momento de praticar atos hostis, é uma situação  muito difícil para quem tem por missão neutralizar esses atos.
Embora possa ser detectada pela Inteligência, ela( a força hostil) escolhe o campo de batalha e seus pontos de reunião e dispersão após a ação.
Normalmente seu local de manobra é dentro dos limites urbanos edificados, áreas de maior concentração populacional e onde podem causar maiores danos. Seu modo de atuação é anárquico , não letal e não tendo forças regulares dos dois lados: somente de um lado a força legal constituída. E do outro, a outra força aparentemente desorganizada, embora violenta, se antepondo.
Buscando o caos local, age de medo disperso, seu núcleo não se desintegra, pois seu comando está fora dele e assim pode ( a turba) agir deixando de lado qualquer tática que possa identificá-los e ser motivo de estudo a posteriori para impedir ou neutralizar sua ação. Esta  ação não tem parâmetros a não ser a aparente falta de organização.
As forças de coerção, então, devem atuar com comando centralizado e equipamentos leves no campo de manobras, conectadas nas informações, e com efetivos e meios compatíveis com rápidos deslocamentos após tomadas de decisão, também rápidas.
O enfrentamento direto com a turba talvez não seja a melhor solução e sim um cerco muito bem coordenado impedindo seu deslocamento e dispersão e evitando-se reforço. Para isso as informações serão vitais.
Não existe centro de gravidade para ser atingido e derrotar a turba. O modo anárquico e disperso facilita sua ação.
A guerra híbrida urbana caracteriza-se por não apresentar nada das doutrinas tradicionais de enfrentamento, apenas a violência é destaque, mas de forma desorganizada e aparentemente fora de controle.
Muitas vezes é taxado de anarquista, mas reconhecemos que o movimento anárquico cultua a baderna, mas com responsabilidade, se é que isto pode coexistir com a sociedade que vivemos. 
“Os anarquistas defendem uma sociedade baseada na liberdade dos indivíduos, solidariedade (apoio mútuo), coexistência harmoniosa, propriedade coletiva, autodisciplina, responsabilidade (individual e coletiva) e forma de governo baseada na autogestão” foi o que li outro dia na Internet, e me parece que é isso, pois o movimento é reconhecido como uma doutrina. Mas, na realidade, seus interesses já foram muito deturpados ao longo do tempo retratando-o como um movimento indisciplinado e que não aceita lideranças e imposições de qualquer tipo. Apenas o desejo violento de contestar e destruir o patrimônio.

 A luta contra esse tipo de inimigo deve ser, sem dúvidas, no campo das informações e a disposição dos órgãos de defesa disporem de uma força rápida, adestrada e bem dotada de equipamentos, letais ou não, para fazer face ao inimigo imprevisível.