sábado, 30 de abril de 2011

A NOVA POLÍTICA DE INTERVENÇÃO DA OTAN

A NOVA POLÍTICA DE INTERVENÇÃO DA OTAN
FlavioMPinto
A Organização do Tratado do Atlântico Norte-OTAN, tenta mudar seu cenário de atuação.
Aproxima-se a passos largos a implantação da ação política de seus integrantes buscando ampliar seu raio de ação noutros cenários, que não o do Atlântico Norte.
Vemos aí a legitimação da atuação militar na Líbia via ONU e, por ventura, noutros países que se atrevam a confrontar algum(s) de seu(s) membro(s), ou assim através de intervenções beneméritas a guisa de salvar direitos civis como naquele país africano.
Depois da queda do Muro de Berlim e a dissolução do Pacto de Varsóvia, a OTAN , teoricamente, ficou sem inimigos e sem condições oficiais de atuar militarmente, sua principal missão.
Onde “gastar” seus efetivos em pessoal, motivação, material e treinamento é a questão da indústria de armamentos européia.
Desde a intervenção em Kosovo, já se poderia sentir uma guinada no emprego das forças ”legais” da OTAN e também da ONU. Agora, a Líbia ressuscita a motivação interventora na África e libera a imaginação para outras. Embora a OTAN já tenha “se metido em escaramuças” no Afeganistão.
Cenários? Fácil: América do Sul, Amazônia, rica em recursos naturais e tida como pulmão do MUNDO, uma região onde a desestabilização guerreira ainda não chegou, embora tenhamos um enclave guerrilheiro na Colômbia. Uma motivação seria a ambiental- meio ambiente, áreas livres para assentamentos e água potável e a outra, não menos ruidosa, a política indígena. A criação de nações indígenas, melhor dizendo.
Em ambas um inimigo fácil de ser batido, o Brasil, de imensas distâncias territoriais e outros tantos vácuos, que não possui forças militares adequadas na área, com França e Holanda com fortes contingentes encravados em bases próximas á Roraima e EUA na Colômbia. Basta um porta-aviões na costa de qualquer Guiana para impor supremacia em todo espaço aéreo amazônico. Existe o fator terreno dominado pela reduzida presença militar brasileira num cenário tão bem desenhado pelo filme Avatar..
Amazônia, um território fácil de ser ocupado e mantido por forças internacionais potentes como as que estiveram presentes no Kosovo e agora na ação contra a Líbia.
Ambas motivações dão suporte legal ás forças internacionais de intervenção. Prescindiriam de um ato de guerra por parte do Brasil, pois atuariam, primeiro, em salvaguardar o ”meio ambiente, a água e o ar que o mundo respira” e , segundo, provavelmente a pedido das nações indígenas formadas e a título de, também, salvaguardar o direito de autodeterminação dos povos indígenas garantido por protocolo firmado na ONU pelo governo brasileiro.
Daí a OTAN se adiantar e já buscar legitimar futuras ações do bloco de guerra na direção de quem ainda não levantou uma arma para o combate.