segunda-feira, 18 de abril de 2011

A FORÇA AMEDRONTADA

FlavioMPinto
Tal qual um felino sem dentes e garras, que foram aos poucos arrancadas, encurraladas num canto encontram-se as forças armadas.
Outro dia, perguntei, sem muito esforço, a um oficial da ativa qual fora repercussão da retirada da data de 31 de março do calendário militar do Exército. A resposta foi seca, inodora e com um ar até de escárnio-” Não repercutiu” e pronto. Mais nada foi perguntado ante a ríspida resposta.
A mim me pareceu a resposta um sonoro ”Não me enche o saco”, mas pensando bem, revela o grau de alienamento desse oficial. Ignorância pura ou estupidez? Simplesmente não quer falar porque desconhece. Ou tem vergonha de se comprometer.
Um oficial não pode alegar desconhecimento de importante período da História brasileira, cujo Exército foi partícipe, decisivo. Se ignora, não nasceu nestes anos; se desconhece, pior ainda. Por causa dessas coisas tivemos conhecimento de que um oficial general foi literalmente agredido por um jovem imberbe numa festa de aniversário o inquirindo sobre 64. Se deu mal, pois o oficial general respondeu á altura e o deixou constrangido. Se bem que não tanto, pois apenas repetiu , como um papagaio, surrados jargões da esquerda contra a classe militar. Apenas não esperava resposta tão eloqüente. Aliás, estão acostumados a agredir sem receber respostas.
O caso é que as forças armadas vem sendo atacadas a 30 anos e simplesmente não respondem nada. Nem ante flagrantes agressões sem motivação. Vide caso Ustra numa das maiores farsas da história. Aí os agressores crescem e o agredido diminui em tamanho. Isso normalmente acontece em programas na mídia impressa, rádio e televisiva. Parecem exercer a lei da Tolerância no seu limite.
As forças armadas se encontram acovardadas ante a avalanche de acusações sobre o que aconteceu em 64. A maioria na base do...” me disseram”. Ficando a palavra do acusador contra a do acusado, que não responde e aquela passa a ser verdade. É o velho ditado “quem cala consente”.
Hoje, estão caladas em troca de um prato de comida. Uma Bolsa família macro, gigantesca. Sua voz foi arrancada com seu próprio consentimento. Tal qual um suicídio consentido.
Vale dizer que continuam a fazer o mesmo que sempre fizeram: estão nos quartéis, mas minguando a cada dia que passa. Talvez reagindo assim, procedem para não se igualar a seus detratores, mas não é o que acontece. Aproxima-se a passos largos a criminalização de quem salvou o Brasil do jugo comunista em 1964. Impediram um banho de sangue, mas não impedirão de serem verdadeiramente linchados pelos derrotados se não se pronunciarem. Repetir-se-á o que acontece hoje na Argentina, Uruguai e Colômbia. No Peru, Fujimori, o governante que decididamente enfrentou o sanguinário Sendero Luminoso e os venceu, passado o episódio, foi acusado de inúmeros crimes sendo preso até pela ousadia do enfrentamento. Não repetiram o fenômeno chileno devido a melhor formação dos quadros das forças armadas daquele país e a firmeza e dignidade com que enfrentaram a situação adversa.
Os chilenos sabem que o Chile de hoje muito deve a Pinochet et companhia.
Já no Brasil, os militares procuram se esconder. Os que participaram se movem buscando escuridão fugindo das patrulhas do “politicamente correto”, cada vez mais agressivas e insolentes, muitos renegando o que fizeram e os que não participaram não pactuam nem querem reverenciar um passado glorioso em que as virtudes , particularmente as na área administrativa, eram plenamente cultuadas e praticadas. Tudo messianicamente. Poucos se manifestam.
Já estão sem tempo. No que lhes resta, doam medalhas á presidente e sua claque.
Nem representação possuem. Não são notados. Apenas fazem número e aguardam ordens.
Não tardarão a atirar contra o povo se o partido mandar, pois até os seus já mandam calar!
Ainda aguardamos as respostas.