segunda-feira, 10 de maio de 2010

CRÔNICA PARISIENSE- O SALÃO DE VINHOS

Foi uma reconfortante e deliciosa participação no Salon des Vins des Vignerons Indepèndant/2010, no Espace Champeret em Paris, de 27 a 30 de março. Neste mesmo ano, o salão andou por Strasbourg, Lyon e Bordeaux. Ir á França e não visitar um salão de vinhos é como ir a Roma e não dar uma passadinha no Vaticano.
Uma mostra itinerante com o que há de melhor na vitinicultura francesa. Aqui um parêntese: os melhores vinhos franceses são os produzidos em pequena escala por esses produtores independentes e alguns custam uma verdadeira fortuna. São aqueles de safras pequenas, e bem selecionadas, nada mais do que 3 a 4 mil garrafas por ano. E estamos conversados.
É uma cultura de pai para filhos há séculos.
Aqui já vemos uma diferença marcante entre esse salão e os organizados no Brasil: enquanto aqui colocam moças bonitas atendendo e que não sabem a diferença de um vinho tinto e um branco a não ser pela cor, lá quem atende é o vitivinicultor. Observa-se por suas mãos calejadas e que nos transmitem tudo sobre o que produzem. Fala-se com quem, com muita propriedade e conhecimento, plantou, colheu e cuidou da vinha e a conhece como ninguém.
Pode-se ter informações desde o tipo de terreno da plantação até a constituição do mix de uvas de determinado vinho, quantidade, proporção, características de cada uma, ano, safra. E até as dificuldades que teve durante determinada fase do processo de produção.
E degusta-se vinhos como se estivesse na barrica de envelhecimento, lá no Châteaux onde foi produzido e envelhecido.
Estiveram presentes produtores de todas as regiões francesas organizados em stands. Quase mil. O que mais se via na saída eram os idosos com carrinhos de feira com 4, 5 e até 6 caixas de vinhos. Uma festa.