HAVERÁ VIDA APÓS 31 DE OUTUBRO DE 2010?
FlavioMPinto
A medida em que o desespero do partido governante toma conta da cena política nacional, me pergunto se haverá vida após o 2º turno das eleições de 2010. A diferença nas pesquisas não quer dizer muito, haja visto o que aconteceu no 1º turno, mas deixa quem já havia confeccionado a festa, em polvorosa.
Recordo muito bem o que se passou antes e pouco depois de haverem perdido a prefeitura de Porto Alegre após 16 anos: parece que não haveria mais vida sem eles, ou melhor, ela não deveria existir sem eles. Claro, e obviamente, tudo na visão única e exclusiva deles. O que se viu , na passagem de funções e cargos, foi a depredação total da administração municipal, quase que inviabilizando a de Fogaça, que diligentemente a recompôs, silenciosamente e com enorme desgaste. Nem os computadores escaparam, pois tiveram programas deletados, arquivos diversos danificados, HDs detonados, enfim, coisas de vândalos, bárbaros. Sim, não haveria vida sem eles. Para ilustrar, leiam A herança maldita, de Políbio Braga. Estarrecedor relato.
O Brasil tem a rara oportunidade de encontrar um caminho livre de escândalos e descaminhos na sua história política. Tem a oportunidade de defrontar-se e medir forças com o mal que consome suas entranhas, tal qual uma Tenya voraz, vingativa e inquisidora.
Sim, o Brasil, com suas próprias forças, tem a chance de se redimir e traçar seu destino livre dessa chaga. Ir ao encontro dos verdadeiros valores que fazem uma Nação. Uma rara oportunidade de se auto-avaliar e se reapresentar aos seus reais valores morais.
Uma erva daninha se assenhorou das raízes, tronco e galhos da nação brasileira, adonou-se e dita normas causando enormes prejuízos com seus descaminhos em todos os setores, agarrando-se a que pode com tudo que tem direito. Um partido se apropriou do país e o usa como se fosse dele a administração pública. Eles de fato mudaram o país: o deixaram com sua cara-corrupto, indolente, incompetente, mais devedor.
Não sei se o Brasil conseguirá se livrar da Tenya vermelha se perderem as eleições, pois seus tentáculos já se enraizaram nos sindicatos, na administração pública, nos conselhos de administração dos grandes fundos de pensão, indo até as pequenas escolas de bairro.
As conseqüências serão, com absoluta certeza, greves e mais greves, invasões de terras, depredações, solapamento dos serviços, e ainda considerando que terão todo Congresso na mão com a maioria absoluta para fazer o que desejarem. E inviabilizarem o Governo eleito, caso não seja do seu agrado.
Sim, temos de acreditar que haverá vida, e inteligente, depois de 31 de outubro. A nação precisará se levantar e clamar pelo virtuosismo, pela decência na administração pública.
O Brasil quis mudar com Tancredo, com Collor de Mello e até com Lula. O desarranjo que a trupe colorida fez no país nos garantiu, apesar dos atropelos, os avanços na Informática, no setor automobilístico, nos serviços públicos, no enxugamento da máquina administrativa, só para citar alguns campos. Mostrou com absoluta clareza as entranhas de um organismo viciado e que precisava tomar rumos adequados, culminando com as privatizações de Fernando Henrique Cardoso. No entanto, quase tudo está sendo jogado na lama pela maré vermelha petista que se apropriou de tudo. Até dos ganhos políticos e sociais.
Com a máquina pública inchada, a carga tributária aumenta para dar vazão aos gastos crescentes, não permitindo dispêndios em outras áreas vitais para a manutenção e crescimento da nação.
O exemplo da era pós Collor e pós PT em Porto Alegre, nos leva a crer que a vida inteligente pode existir e prosperar.