sábado, 29 de outubro de 2016

O Rio de Janeiro entre a cruz e a espada


O Rio de Janeiro entre a cruz e a espada

FlávioMPinto

Estive na cidade do Rio de Janeiro pouco antes do primeiro turno das eleições municipais de 2016.

Pude constatar a flagrante mudança estética da cidade, necessária para a Copa do Mundo de futebol e as Olimpíadas, alterando sua face. Locais que jamais haviam sido atendidos pela administração foram contemplados pela renovação estética com benefícios para o trânsito e visual da área. Parece que a lição de Barcelona foi aprendida e a cidade está uma beleza. Vale a pena considerar que foram, na sua grande maioria, verbas federais que foram alocadas para lá, subtraindo-as de outros Estados.

Por outro lado, pude constatar o empobrecimento moral da população nas inúmeras vezes em que tentaram “me passar a perna”, me fazer de otário, prazer maior dos cariocas malandros. Fui a dois shows de música popular, sendo que num deles notei a volúpia e satisfação com os olhos brilhando com que o povo assistente cantava acompanhando o artista na música...” malandro é malandro , Mané é Mané....”. Os rostos se iluminavam de satisfação. Sentimento típico de uma sociedade fútil, sem valores e imersa em egocentricidade e que a maiores satisfações são a luxúria e a vaidade, tudo com a individualidade á flor da pele.

A todo momento me vinha á cabeça aquela piada de Deus distribuindo benesses e contemplando o Rio de Janeiro com uma geografia e clima excepcionais com reclamação dos outros povos que não receberam nada daquilo e que Deus respondia com...” Vocês vão ver o povinho que colocarei lá”.

Esta piada é a coisa mais verdadeira que acontece hoje no Rio quando se defrontam dois candidatos fortemente antagônicos á Prefeitura. Um com formação militar, religioso e outro ateu reconhecido, defensor de bandidos, gays, GLBT e outros valores completamente dissociados de qualquer religião e do bom senso.

Um apresenta propostas racionais e o outro propostas que fatalmente irão levar o município á falência em curto prazo, caso implementadas, como passe livre nos ônibus municipais e brutal invasão de prédios em toda cidade, incentivada pelo Poder público com suas consequências.

A cidade do Rio de Janeiro já está falida em termos de Segurança Pública e moral individual e coletivo, mas ainda faltam outros setores a ser destruídos e arrasados e parece, que a isso, os cariocas se empenham ao máximo. E assim se portam os defensores do candidato do PSOL, uma minoria acachapante, mas que faz um barulho infernal onde se apresentam, particularmente em locais públicos, onde fazem questão de mostrar sua conduta lasciva, constrangendo todos que estiverem por perto.

Não sei se o Rio sobreviverá a esse estado de coisas, mas a semente do mal já foi inoculada na sociedade carioca, que age como avestruz, para sua destruição como sociedade organizada. Que Deus se apiede dos cariocas.

sábado, 1 de outubro de 2016

A PROVOCAÇÃO


A PROVOCAÇÃO

FlávioMPinto

Não restam mais argumentos para os advogados e parceiros de Lula na tentativa de o inocentarem das acusações feitas pelo grupo de procuradores da Lava Jato. Estão sem saídas legais para se contraporem ao arsenal de acusações imbatíveis apresentadas pelos jovens acusadores de Curitiba.

“Matam a cobra e mostram o pau”. Essa é a tônica. Não são acusações sem lastro. São mais de cem, sim 100, acusações que deixaram o grupo do ex-presidente atônito. Mal saiu a denúncia e já estão todos agarrados no jus esperneandi jurídico. Talvez não esperassem que os procuradores fossem tão longe e incisivamente com as denúncias apresentadas.

Todos, pelo menos os principais assessores, já estão na cadeia, inclusive parlamentares que lhe davam sustentação no Congresso. A situação não está fácil, pois os procuradores da Lava Jato fecharam todas as brechas. Conta-se, nos dedos de uma  mão, aqueles que faltam para pagar suas culpas em Curitiba.

A situação do gato encurralado está configurada, restando apenas saídas  ilegais e imorais, que bem se diga, como ofensas ao Juiz Moro obrigando-o a tomar uma decisão mais drástica.

Vale lembrar do caso de um samurai que perguntava ao seu mestre sobre o uso da espada.

-Quem é o melhor no uso da espada? perguntou o guerreiro ao mestre.
-Vá até o campo perto do castelo, disse o mestre. Ali existe uma rocha. Insulte-a.
O guerreiro, surpreso, retrucou: - Porque devo fazer isto? A rocha jamais me responderá de volta.
-Então, ataque-a com sua espada, disse o mestre.
-Tampouco farei isto, respondeu o discípulo. Minha espada se quebrará se o fizer. E se atacá-la com minhas mãos, ferirei meus dedos sem conseguir nada. Mas minha pergunta é outra: quem é o melhor no uso da espada?
-O melhor no uso da espada é aquele que se parece com uma rocha, disse o mestre. Sem desembainhar a lâmina, consegue mostrar que ninguém poderá vencê-lo.

Vê-se, claramente, que o grupo de apoio ao denunciado deseja o confronto para posar de vítima e, talvez, ganhar status de perseguido político, jogando fora toda argumentação jurídica dos procuradores.

Vê-se, claramente, também, que o juiz Moro joga uma partida de xadrez estrategicamente bem jogada, deixando para apanhar a rainha no último lance do jogo, “aniquilando”, antes , todos os defensores inimigos sem hipóteses de defesa, dos peões ás torres. A única saída é derrubar o tablado, que é o que deseja Lula, com absoluta certeza.

A turma de Moro não fala, não tergiversa, não discute, apenas joga o xadrez jurídico com competência contra um inimigo que não cansa de fraudar as regras do jogo, buscando salvar-se da derrota que se avizinha a galope.