O MEDO OU O DIA EM QUE A NAÇÃO SE VIU DE JOELHOS!
FlávioMPinto
Aproxima-se o dia 11
de Julho de 2013, data programada pelos sindicatos atrelados ao governo para
ser desencadeada uma greve que, dizem, paralisará o Brasil. Desde já, digo que
já paralisou por ter sido decretado , literalmente, feriado nesse dia.
Ontem, no supermercado, ouvia a conversa de dois
funcionários, não tinha como não ouvir pela entonação de voz e proximidade dos
interlocutores. Um deles estava muito feliz porque não viria trabalhar. Mora
longe do emprego e um feriado desses não iria desperdiçar. O outro nem queria
saber das reivindicações, mas mostrava-se por dentro das votações do Senado
quando comentou o que aconteceu com a PEC dos suplentes no Senado. “Eu sabia
que nada iria acontecer e eles iriam brecar tudo como foi o Ficha Limpa”
comentou.
Mas ambos revelavam um grande temor pelo que poderia
acontecer com quem fosse trabalhar. ” Mataram um caminhoneiro na BR,
viste?”. “ Violência, tô fora”, comentou
o outro.
Mas o medo estava presente nas suas atitudes e pensamentos,
temem os baderneiros que infernizaram Porto Alegre nas últimas semanas.
E chega o dia. Porto Alegre está silenciosa como a espera de
algo acontecer.
Será mais um teste na mobilização das massas por parte do
governo. O primeiro foi a falsa notícia do bolsa família, o segundo foi o
desencadeamento dos distúrbios semanas atrás. Tudo adredemente pensado ,
preparado e maquiavelicamente executado.
Este último teste, ontem, por enquanto, foi com outro
público não participante das últimas ações: o movimento sindical, embora tenham
tentado se inserir nos protestos anteriores, e sido fortemente rechaçados. É
que não se deram conta que são um dos vértices do que foi renegado por milhões
de brasileiros nas ruas. Mas foram ás ruas. Militantes regiamente pagos com
bandeiras que desconhecem afluíram em ruas, jornais,rádios, canais televisivos,
castrando o direito de ir e vir de milhões de trabalhadores em milhares de
cidades. É o que se via. Militantes cansados e disciplinados levantando
bandeiras sem vibração nenhuma a soldo de uma causa que não é deles. Apenas queriam passar o tempo e receber seu
pagamento. Esse é um filme que cansados de ver os homens do povo não
participaram. Nem quiseram ver. Ficaram em casa curtindo um feriado que não
queriam.
E as cidades ficaram vazias, tristes, sem a vibração das
verdadeiras causas. Silenciosa. Um silêncio que evidenciava um medo latente,
temeroso.
Sim, eles tinham atingido seu objetivo: a cidade estava de
joelhos, amedrontada pelo que poderiam fazer.
Mas nada melhor do que um dia após outro para mostrar a
verdade: hoje-12- a cidade está normal, como se nada houvesse acontecido.
Apenas um feriado sem maiores consequências. Apenas os comerciantes perderam.
Mas o medo inoculado teve seu efeito com portas e janelas
fechadas a ferro e fogo.