PORQUE TANTO SE QUER FAZER ESQUECER
1964?
FlávioMPinto
"Golpe?
É crime só punível pela deposição pura e simples do Presidente. Atentar contra
a Federação é crime de lesa-pátria. Aqui acusamos o Sr. João Goulart de crime
de lesa-pátria. Jogou-nos na luta fratricida, desordem social e corrupção
generalizada." – (Jornal
do Brasil, edição de 1º de abril de 1964.)
“Ah, mas foi um período negro da história do
Brasil!”repetem sem parar, como papagaios de botequim. Não foi bem assim.
“As ações
armadas da esquerda brasileira não devem ser mitificadas. Nem para um lado nem
para o outro. Eu não compartilho da lenda de que no final dos anos 60 e no
início dos 70 (inclusive eu) fomos o braço armado de uma resistência
democrática. Acho isso um mito surgido durante a campanha da anistia. Ao longo
do processo de radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de
esquerda que defendiam a luta armada era revolucionário, ofensivo e ditatorial.
Pretendia-se implantar uma ditadura revolucionária. Não existe um só documento
dessas organizações em que elas se apresentassem como instrumento da resistência
democrática”.
(Daniel Aarão Reis Filho, ex-guerrilheiro do MR8 - O Globo, 23.09.2001)
(Daniel Aarão Reis Filho, ex-guerrilheiro do MR8 - O Globo, 23.09.2001)
Quanta mentira jogada na História
nacional e reescrita por historiadores gramcistas. De torturas,
então...qualquer um diz que foi torturado e pronto!
Inevitáveis são as agressões dos
mais diversos setores aos governos militares, mas eu nunca vi jornalista algum
fazer uma comparação. Basta comparar a atitude dos presidentes militares dos
civis. Destes, até FHC ainda se encontra enrolado com as privatizações. Muitas,
como a venda da Vale,sem comentários. Criaram a democracia da espertocracia, da
malandragem. Teve um civil que “levou” até o crucifixo que emoldurava o
gabinete presidencial.
A repressão só foi direcionada
para quem desafiava a lei e a ordem e políticos corruptos, que tentavam impor
seu regime de terror. Enquadram-se nesses grupos os artistas, mas para quem não é cego, surdo
ou mudo, foi o período de maior efervescência na música e teatro nacional. Até hoje temos reflexos
daquela época criativa.
“Governo que não se defende não
merece ser governo.” A afirmação de Luis Carlos Prestes reafirma o que faria a
esquerda se tomasse o poder em 64. Não precisamos ir longe: basta observarmos
as atitudes de Tarso Genro nos últimos tempos.
Ninguém, fora os ingênuos e
estúpidos, acredita que fugiríamos de uma carnificina bem aos moldes de
formação de republiquetas socialistas da época e que , hoje, seríamos uma
delas. Cuba que o diga. Mas uma reflexão, se bem que o povo brasileiro,
indisciplinado e desrespeitador, não sei se resistiria a tanto.
Basta não ser suficiente idiota
para ler o que os principais líderes esquerdistas “cravaram” em algumas
entrevistas para ter-se uma ideia do que seria o Brasil em suas mãos.
Inquestionavelmente os governos
militares cometeram erros e excessos. Mas, particularmente, como desejavam ser tratados os que desafiavam
a lei com sequestros de aviões e pessoas,
assassinatos, assaltos á mão armada, danos ao Erário? Não se tem notícia
do cidadão comum ter sido atingido por braços do governo, a não ser alguns
espertalhões que se intitularam perseguidos e ganharam polpudas indenizações.
Muitos sequer conheceram a mínima coerção. Era a sua palavra contra um governo
ocupado por milhares de funcionários, alguns desqualificados que cometeram
excessos á revelia das diretrizes governamentais.
Surgiu um Brasil diferente após
governos militares. Com uma infraestrutura potente, industrialização forte e em
bom caminho, boa circulação de bens e capital apesar da imensa crise financeira
e do petróleo que o mundo atravessava. Ainda não éramos autossuficientes em
óleo e tivemos sérios danos na nossa balança comercial e reservas
internacionais. O governo não soube tratar devidamente o endividamento
ocorrido, pois sofria com inúmeras barreiras, dentre as quais a intensa
taxação de artigos importados
dificultando a necessária concorrência para a melhoria do nacional, atrasando o
progresso em dezenas de anos. Essa barreira só foi rompida por Collor de Melo.
Os quadros de ministros foram
preenchidos pela nata da intelectualidade jovem nos mais diversos setores, tais
como Shigeaki Ueki, Delfim Neto, Ernani Galveas. Jovens na época escolhidos a
dedo, todos ciceroneados Otávio Bulhões e Mario Henrique Simonsen, dois homens
públicos competentes na sua área, fantásticos e de elevada estatura moral..
Na realidade, uma reduzidíssima
parcela da população quer esquecer 64. Com certeza para não lembrar,
envergonhados, que fariam um governo
mais totalitário e sanguinário que os militares. E mais incompetente.
Cerceariam tudo bem aos moldes das republiquetas socialistas implantadas na
época em todo mundo e levariam o País a um atraso sem precedentes. Os
ministérios de hoje são seu reflexo sem tirar nem por. Indecentes, imorais. .
Não foi por qualquer motivo que
se instalou o regime militar, que, de militar só teve o nome. A sustentação era
militar, mas integrado totalmente por civis. Porém civis honestos e
competentes.
Diz-se na imprensa, que” em 64,
podia-se falar mal de tudo menos do presidente. Hoje, só podemos falar do
presidente!”
"Feliz
a nação que pode contar com corporações militares de tão altos índices
cívicos"(…)
"Os militares não deverão ensarilhar suas armas antes que emudeçam as
vozes da corrupção e da traição à pátria." – (Estado de Minas, 5 de abril de 1964)
"Vive
o País, há nove anos, um desses períodos férteis em programas e inspirações,
graças à transposição do desejo para a vontade de crescer e afirmar-se.
Negue-se tudo a essa revolução brasileira, menos que ela não moveu o País, com
o apoio de todas as classes representativas, numa direção que já a destaca
entre as nações com parcela maior de responsabilidades". – (Editorial do Jornal do Brasil-Rio de Janeiro- 31 de Março de
1973)
Além
de tudo, os novos governos e sua intelectualidade, ambos esquerdistas , teriam
de reconhecer sua incapacidade em dotar o país de uma infra-estrutura adequada
ao período e ao futuro como fizeram os governos militares. E também, dotá-lo de
uma lei que fizesse a comunhão entre todos os brasileiros, repleta de perdão e
conciliação, sem restrições como a Lei da Anistia de 1979. Mas aí seria querer
demais para seu coração bolchevique.